História da Itália
A Península Itálica e as ilhas italianas, como Sardenha e Sicília são habitadas há muitos milhares de anos. Essas ilhas ou a Península, com sua acentuada projeção para o Mar Mediterrâneo, tiveram partes colonizadas por civilizações que dominaram o Mediterrâneo, como fenícios, gregos e cartagineses.
Por volta dos séculos 8 a 5 aC, vários povos habitavam o território da atual Itália, como sículos, sícanos, iapígios, brútios, lucanos, campanos, auruncos, volscos, samnitas e outros. Mas foram os etruscos que se destacaram nessa época. Os etruscos dominaram o norte da Itália, uma parte do centro e a Córsega. Seu apogeu ocorreu no século 6 aC.
Roma foi fundada por volta do século 8 aC, no Lácio. A República Romana foi fundada, em 509 aC, e o Senado era o órgão máximo do poder. No início, os romanos foram influenciados pelos etruscos, ao norte, e pelas colônias gregas no sul da Península. No século 3, os romanos expandiram bastante seu domínio, conquistando os etruscos e as colônias gregas da Península Itálica. Nessa época, deu-se o confronto com os cartagineses, que dominavam grande parte do Mediterrâneo.
Cartago ficava na atual Tunísia e foi fundada pelos fenícios, em 814 aC. No século 3 aC, era uma potência comercial e militar. Com a expansão romana, o embate entre as duas potências foi inevitável. O general cartaginês Aníbal invadiu a Península Itálica, após uma jornada épica, atravessando os Pireneus e os Alpes com seus elefantes, mas Roma conquistou Cartago no século 2 aC. A partir de então, a expansão romana foi rápida.
Em meados do século 1 aC, Roma estava envolvida pela disputa de poder. Em 49 aC, após conquistar a Gália, o General Júlio César atravessou o Rio Rubicão, com suas tropas, e iniciou uma guerra civil, que resultou em sua ascensão como ditador. Foi assassinado no Senado, em 44 aC.
Em 27 aC, Augusto, filho adotivo de César, tornou-se o primeiro imperador de Roma. No século 2, da Era Cristão, o Império Romano atingiu seu apogeu. Nessa época, os cristãos já estavam em grande número e sofriam muitas hostilidades. A decadência do Império começou no final do mesmo século.
No século 3, o Império Romano sofreu grandes transformações. Acentuou-se as migrações de povos bárbaros. O exército romano incorporava muitos desses bárbaros, que aprenderam a guerrear ao estilo romano.
Em 313, Constantino garantiu a liberdade religiosa aos cristãos. Em 380, Teodósio elevou o Cristianismo a uma religião oficial do Império e o paganismo foi proibido em 392. O Império foi dividido em duas partes: Ocidente e Oriente. Este, com capital em Constantinopla (atual Istambul). O Império do Oriente desenvolveu-se, mas o do Ocidente estava fragilizado. Tribos bárbaras passaram a saquear cidades governadas pelos romanos. Em 476, os hérulos invadiram a Itália e depuseram Rômulo Augusto, o último imperador romano do Ocidente.
Nos séculos seguintes, a Europa foi dividida em reinos. A Itália seguiu politicamente instável, com invasões de povos germânicos e interferências do Império Bizantino. Em 756, Pepino III, rei dos francos, doou a área do Vaticano para a Igreja Católica. Depois, os papas montaram um exército que saíram conquistando territórios na Itália e na França.
Em 800, o Papa Leão III sagrou Carlos Magno o Imperador Romano do Ocidente. O Cristianismo já era a religião dominante na Europa e o Papa coroava os reis. Em 1054, houve o Cisma da Igreja Católica, dando origem à Igreja Católica Ortodoxa, no Oriente. Nessa época, Veneza e Gênova emergiam como potências comerciais no Mar Mediterrâneo, mas perderam espaço para portugueses e espanhóis, no século 16.
No final do século 18, as tropas de Napoleão invadiram a Itália. No século 19, as décadas seguintes à derrota de Napoleão foram revolucionárias, em alguns reinos europeus, incluindo Portugal, Espanha e Itália. Buscava-se a instalação de regimes constitucionais, com parlamento forte. Em 1870, após décadas de lutas, a Itália estava reunificada, tendo como monarca Víctor Emanuel II. O Papa perdeu seus territórios italianos.
No final do século 19, cresciam as tensões entre as potências europeias, que buscavam conquistas políticas e territoriais. Alianças eram feitas, desfeitas, refeitas e desfeitas de novo. Em 1893, em Haia, na Holanda, iniciou-se conferências de paz. Na conferência de 1907, o baiano Ruy Barbosa destacou-se como o Águia de Haia. Mas, no início do século 20, a Europa era um barril de pólvora e a Grande Guerra veio em 1914. A Itália lutou ao lado da França e do Reino Unido, contra a Alemanha e o Império Austro-Húngaro, muitas nações, em todo o mundo, incluindo o Brasil, participaram de alguma forma. Em 1918, a Itália saiu no lado vencedor, mas as tensões na Europa continuaram.
Em 1922, Benito Mussolini ascendeu ao poder pelo Partido Nacional Fascista da Itália e tornou-se depois ditador.
A Itália havia invadido a Líbia, em 1911. Mussolini promoveu o desenvolvimento daquele País, nos anos 1920 e 1930, para abrigar colônias italianas.
Em 1929, foi criado o Estado do Vaticano.
Em 1940, a Itália de Mussolini entrou na II Guerra Mundial, alinhada à Alemanha e ao Japão. Mussolini atacou a Grécia, sem sucesso, e perdeu a Abissínia, na África. A Resistência Italiana, contra o Fascismo, ganhava forças. Após a invasão da Sicília, pelos Aliados, em 1943, Mussolini não se sustentou mais no poder. Percebendo sua fraqueza, os alemães inundaram a Itália com suas tropas. Grande parte dos soldados italianos trocaram a farda pela da Resistência e passaram a lutar, junto com o Brasil e demais Aliados, para expulsar os alemães de seu território. Mussolini foi assassinado em 1945, quando tentava fugir.
A Itália também perdeu a Líbia e saiu da Guerra com a bota na República, oficializada após um referendo em 1946.
O Martírio de Santa Inês em Roma (Le Martyre de Sainte Agnès sur le forum romain), pintura de Joseph-Désiré Court (1797-1865), Museu de Belas Artes de Rouen. Nenhuma outra civilização dominou tanto a História da Humanidade quanto a romana, principalmente na Europa. A Igreja Católica, por exemplo, é uma das heranças.
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Imigrantes italianos na Bahia, nos anos 1950 (foto publicada no livro Na Toca do Jaguar: História da imigração italiana nas colônias agrícolas da Bahia, de Giuseppe Federico Benedini e Matteo Arquilla). Os italianos estão entre os europeus que mais emigraram para a América, nos séculos 19 e 20. A Bahia foi um dos lugares preferidos, onde chegaram a partir dos anos 1820 e estabeleceram-se, por exemplo, em Salvador, Itiruçu, Jaguaquara, Jequié e Alagoinhas. Segundo o renomado historiador baiano Thales de Azevedo (Italianos na Bahia e outros temas - 1989), Salvador abrigou uma colônia de genoveses desde 1820. Segundo Benedini, 912 operários italianos foram recrutados, em Turim, pela empresa que construiu a Estada de Ferro de Salvador a Juazeiro, a partir de 1855, muitos foram alojados em São Tomé de Paripe.
Júlio César, interpretado por Rex Harrison, no filme Cleópatra (1963). General, estadista e ditador romano. A história da Roma pode ser dividida em antes e depois de Júlio César. Seu nome tornou-se sinônimo de poder e imperadores posteriores adotaram o nome de César. Dele vem o nome de czar, na Rússia, e kaiser, na Alemanha.
O 6º Regimento de Infantaria da Força Expedicionária Brasileira, durante sua participação na Guerra na Itália. Os brasileiros tiveram participação heroica e vitoriosa na Segunda Guerra Mundial.
O cônsul Marco Túlio Cícero (106–43 aC) denuncia a conspiração de Lúcio Sérgio Catilina, no Senado Romano, em 63 aC (pintura de Cesare Maccari, 1889). Seus discursos tornaram-se referência filosófica e base gramatical para o latim. O Senado Romano deu contribuições importantes aos conceitos de direito e justiça.
Júpiter, rei dos deuses na antiga mitologia romana. Uma adaptação do Zeus grego, pelos antigos romanos. O culto aos deuses romanos representava uma parte indissociável da cultura romana.
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História da Itália
Por Jonildo Bacelar